Fique magro ou morra tentando

Depois de alguns anos com uma barriguinha de chope, decidi entrar numa dieta rigorosa. Nada de gordura, açúcar, sal... Em pouco mais de três dias, eu já tive minha primeira perda: a paciência.

Frutas, verduras, legumes, carne branca... Tudo aquilo que eu já nem tava mais acostumado a comer. Mas, como todo comedor compulsivo (sem trocadilhos), foi sofrido. Ficar duas semanas sem cerveja, pizza, Subway, McDonalds parece ser algo fácil. E é. O problema é que até aquela fruta ou comida integral que adoramos devem ser consumidas com moderação. Banana? Maçã? Pão integral? Bondade da pessoa que pensa que quem está de dieta pode comer essas coisas à vontade. Duas fatias de pão de centeio no café da manhã e só! Abacate docinho? Nem pensar (MUITO gorduroso). Mas tem aquela salvação: a gelatina. Mas pensando bem... Onde que gelatina mata a fome de alguém? E onde que eu tenho tempo para fazer gelatina?

Se eu pudesse converter o tempo que gasto na cozinha em calorias perdidas eu estaria satisfeito. Refeições a cada três horas, comer em, no mínimo, 25 minutos e mastigar cada mordida pelo menos 20 vezes. Acho que passo mais tempo lá do que eu passaria se só comesse besteira. Tem gente que me liga e eu sempre digo que estou na cozinha. Devem pensar que ou eu estou fazendo faxina ou estou virando obeso. Antes fosse. Preparar saladas, temperar peixe e frango, descascar frutas leva muito tempo. Fazendo as contas, 3 horas por dia eu passo na cozinha preparando refeições.

Se fosse só isso tudo bem. Cortar gordura, álcool e açucare tranquilo. Mas e aquela coisa que a gente sempre come desde de criança em tudo? Aquilo que deixa qualquer comida sem graça gostosa? O sal. Nada disso. Retém líquido e aumenta a pressão. Aí já é demais. Frango, peixe e salada, tudo sem sal. A solução é apelar para os temperos naturais como cebola, alho e pimenta do reino. Não é em pitadinha não. Doses cavalares. Até resolve, deixa qualquer coisa gostosa. Exceto o nosso hálito.

Sair a noite é outro perrengue. Cerveja e caipirinha estão proibidos. Acho até legal para desintoxicar o organismo cortar o álcool. Entretanto, sair para a balada e ver todo mundo ficar muito doido é meio degradante quando você não alcançou o êxtase também. No início garante umas risadas, mas no final, a sensação de não estar participando da festa é brochante. A situação piora no verão, quando, no calor da balada lotada, a única coisa refrescante que se pode beber é água.

Uma semana se passou (na verdade, se arrastou) assim. Na hora de pesar, a balança trouxe as boas novas: perdi 4 quilos. Merece uma comemoração. Rodízio de pizza.

Brincadeirinha!