domingo, 8 de maio de 2011

O Luto acabou. E agora?

Acabou. Pelo menos a gente acha que acabou. Aquela situação insuportável, aquela angústia... Sumiu. Você já não chora pelos cantos, consegue fazer outras coisas sem remoer o problema. Dá-se a liberdade de deixar o luto acabar. E você acredita que está livre pra seguir com sua vida. E agora?




Quem leu o post anterior a este deve ter percebido que há uma metáfora sobre o luto: o momento em que Ánya, a deusa, é exilada no Reino dos Mortos. A questão é: e nós, mortais, que não vivemos em contos de fadas? O que fazer quando saímos das trevas? Não somos deuses, seres elementais ou anjos. O que nos resta fazer?

Acredito eu que já consegui retornar do “Limbo”. Não dou toda a certeza, pois já havia constatado isso antes, mas voltei inúmeras vezes. Espero eu que desta vez seja pra ficar. Mas depois de passar tanto tempo acostumado com o desânimo, a melancolia, o luto, a angústia, nos vemos perdidos em um mundo que andou enquanto estávamos no “exílio”. Metade do ano quase já passou, deixei excelentes oportunidades passar por estar preso a este sentimento negro.

O problema é que encaramos o luto não como um momento a ser vivido e passado, mas como uma penitência. Nos vemos obrigados, de alguma forma, a ficar ali, carregando essa cruz que muitas vezes nem precisamos. E quando vemos que não queremos mais carregá-la, ficamos sem saber o que fazer. Conseguimos sim tirar aprendizado deste período no “Reino dos Mortos”, as não sabemos onde e como aplicá-los. A Terra gira, o submundo não.

Olhamos em volta e não temos reação. Aonde ir? O que nos movia, até então (se é que podemos dizer que era um motor) era a depressão. Depois disso, fica difícil de encontrar uma nova luz, uma nova fonte de energia.

Acredito que podemos canalizar essa experiência. Meu luto é minha fonte de inspiração para uma história que estou escrevendo, que pretendo publicar como livro. Aí entra a dúvida: se essa é minha inspiração, eu larguei mesmo o “Reino dos Mortos”? Vai saber...

2 comentários:

  1. Acreditar que sofrimento e felicidade são partes de um mesmo ciclo...
    Que nunca termina; nem mesmo com a morte...
    Pois está na essência (alma) do ser...
    E faz parte desse fantástico sistema chamado "VIDA"

    fica a dica

    Leo

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  2. Bom, deixarei meu comentário também, uma simples frase que se encaixa com seu texto.


    " Uma das melhores formas de se economizar tempo é não lamentar pelo tempo perdido "

    E como Léo falou: Viva!


    Bjos, Thiago Donato de Amorim.

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