terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O drama que é ir a academia.

Para os que não me conhecem, eu não sou um fitness freak - aquelas pessoas insuportáveis que estão o tempo todo preocupadas em se exercitar, se exercitar, se exercitar, dieta, dieta, dieta... mas se esquecem de exercitar o cérebro e a boa educação. Não é o meu caso. Não que eu “super-exercite-meu-cérebro-todos-os-dias”, até porque, sou adepto do ócio, embora faça questão de ser educado (mas também faço questão de ser mal educado quando necessário). Enfim, como exercícios e boa alimentação fazem bem para saúde, logo resolvi me matricular em uma academia e escolher melhor o que eu como. É ÓBVIO que há aí uma graaaande carga de vaidade, afinal, eu adoro aparecer, minha Lua em Leão não me deixa mentir. A questão é que, onde faço musculação, por ser “O Anti-social”, não fico de papo com ninguém. Portanto, só me resta, além de fazer meus exercícios, prestar atenção na conversa dos outros (ah, geminianos...). Nestas observações, praticamente fiz um estudo antropológico do ambiente de academia. Por mais incrível que possa parecer, aprendi muito com os coleguinhas de lá.
1- “por favor”, “obrigado”, “bom dia” e expressões do gênero são proibidas. Quando você entra na sala de musculação, usar tais expressões é o mesmo que permanecer mudo. Logo, quando se têm o hábito de usá-las, é melhor não gastar sua saliva. Alguns outros freqüentadores podem, inclusive, lançar um olhar de repúdio a quem falar coisas do tipo. Não adianta você pensar “cara feia para mim é fome”, porque, os donos das caras feias definitivamente não devem estar com fome, pois são pessoas de 2 m de altura e 5 m de largura. Podem até ter chupado limão (talvez emagreça, ou dá músculos, sei lá) mas subnutrição... com certeza não é o caso.
2- O conteúdo das conversas entre os saradões é muito rico. Veja só: tamanho do bíceps, do tríceps, do tórax; suplementos alimentares, o corpo do “fulano” (uma pessoa que nunca está presente na conversa), carros e micaretas. Eu me sinto uma mula perto deles, já que não entendo bulhufas do que eles estão falando, e a situação piora quando falam “craro” e “ pra mim fazer”. Mas admiro a confiança na sexualidade deles, uma vez que eles sabem e comentam detalhes do corpo do outro cara que não está. Curiosamente, o assunto Big Brother também está em alta, com direito a análise do perfil psicológico dos participantes.
3- Estagiário ganha mal, mas faz trabalho de personal (rimou!). Eles só acompanham as gatinhas, como personal trainner mesmo. Antes que alguém diga “aaaaahn, tá com ciúme, é?” eu respondo: SIM. Afinal, pago o mesmo que todo mundo.
4- Apesar da obsessão pelo corpo, são poucos os fitness freak que fazem graduação em Educação Física. A maioria faz Direito ou Administração, em universidades pagou-passou.
5- Há uma hierarquia muscular. Quanto maior o seu bíceps, mais respeito você adquire lá dentro. Se vier acompanhado de uma altura acima de 1,80 m, mais, poder ainda. Isso significa que você pode dialogar com outro cara que está a 50m de distância de você, aos berros. Também quer dizer que, quando uma pessoa está usando um aparelho, você não pede para revezar, você, simplesmente, comunica que o fará.
6- E por falar de revezamento de aparelhos, tem também pessoas que utilizam de mensagem subliminar para se comunicar. Quando elas querem usar o seu equipamento, elas não pedem (nem comunicam, como os Poderosos Chefões). Elas simplesmente param exatamente ao seu lado, como uma estátua. Se você tem um tempo de descanso entre as repetições, a escultura fará expressão de quem vai te bater. Se demorar mais ainda, ela começa a emitir sons tipo “tsc”. O que me conforta é que, por maiores que elas sejam, estátuas não mordem. Ou sim...
Mas não posso ser injusto. Há pessoas muito bacanas em academia, tanto entre os clientes, como entre os professores e o resto da equipe. Alguns (quando falo “alguns”, neste caso, significa “minoria”) se dão ao trabalho de acompanhar minha série e, principalmente, responder ao meu “bom dia”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Blog pra quê?

Boa pergunta!

Para falar inutilidades.

Para expor nossa vida particular.

Para mostrar o quanto cult fingimos ser.

Para (tentar) se tornar uma celebridade instantaneamente.

Para contar piadas que, narradas pessoalmente, não teriam absolutamente graça nenhuma

Para compartilhar nossos próprios poemas psicodélicos, esquizofrênicos e narcóticos.

Para entrar no Big Brother Brasil.

Para falar de um assunto que a gente finge ou acha que entende.

Para viver virtualmente o que não podemos na vida real.

Para publicar aquela reportagem que ninguém vai ler.

Para brincar de pauteiro, produtor, repórter, diagramador, apresentador, colunista, editor e editor-chefe de um jornal.

Para divulgar um trabalho ou projeto que, na internet, vai ser totalmente esquecido.

Para filosofar coisas que, definitivamente, não precisam ser filosofadas.

Para dar aquela opinião sem ter que ouvir "ninguém te perguntou nada".

ADORO!

E você?
Tem (ou teria) um Blog pra quê?