segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Amigos, amigos. Cervejas, à parte.

Eu estava numa fase muito xoxa. Nada me satisfazia, nada me agradava. A faculdade funcionava, ao meu ver, como uma grande perda de tempo, as tardes, era só sono.a noite, ficava na internet, postando inutilidades no Facebook. Era uma fase difícil de superar. A falta de uma grande alegria me deixava chateado, e, por mais estranho que pareça, a falta de tristeza, angústia, fúria me entediava. Acostumei-me um pouco com essa coisa bipolar de geminianos: um período muito bom, seguido de outro, muito ruim. Um momento de euforia nunca seria tão especial se eu não tivesse experimentado o tempo ruim. Era só apatia, aquela sensação de que nada está ruim de mais ou bom de mais, apenas um vazio. Nada me fazia sorrir, nada me fazia chorar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Joga mídia na Geisy"

Lembro-me como se fosse ontem. Acordei um dia da semana, há mais ou menos um ano, e vi no Jornal do SBT Manhã a reportagem sobre uma estudante da Uniban, em São Paulo, que teve que sair da faculdade escoltada pela polícia. Motivo? Um vestido rosa muito curto. Segundo as entrevistas de Geisy Arruda, a tal estudante, a vários veículos de imprensa, aquele era um dos seus vestidos mais discretos.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Virgem Marina, São José e Madre Dilma

Marina Silva (PV), em discurso após as eleições do dia 3, afirmou que a quantidade de votos que obteve, quase 20 milhões de votos, já foi uma vitória. Surpreendeu todo o Brasil, a ponto de os presidenciáveis que foram para o 2º turno, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), brigarem pelos eleitores de Silva e pelo apoio da ex-candidata. Isso por que, algumas pessoas, falando em “voto útil”, deixaram de votar nela para garantir a derrota de Rousseff ou de Serra. Subestimaram o poder de persuasão da cearense. Subestimam ainda, na verdade.
O que leva os candidatos que, na maior parte do tempo, trocam “elogios”, a crer que o potencial da verde está todo ligado à religiosidade? É verdade que Marina é assumidamente evangélica, da Assembléia de Deus, mas achar que todos os votos que ela obteve no primeiro turno são dos evangélicos é desdenhar dela. Conseqüentemente, a estratégia da campanha dos candidatos parece tomar um rumo esquisito. Conclusão: aborto em pauta.
Dilma e Serra em cima do muro. São contra o aborto, “a-religião-não-permite”, mas... Marina Silva deixou claro ser contra o aborto, contudo afirmava que era a favor de um plebiscito, para que o povo decidisse. Assim sendo, a petista acaba por discursar a evangélicos e o tucano, vai a Basílica de Nossa Senhora da Aparecida, em Aparecida do Norte, SP, comemorar o dia da padroeira do Brasil (12/10). Além de discutirem o aborto, mais uma vez, trocam ofensas. A Dilma acusa aliado de Serra de embolsar dinheiro da campanha, e o ex-governador de São Paulo, sempre mencionando Erenice, ex-Casa Civil. Ao invadir o campo da religião, creio que, além de menosprezarema ex-candidata do PV, tentam fazer o brasileiro de otário. OK, é verdade, somos otários e votaríamos facilmente em algum candidato devido as suas supostas convicções religiosas. Mas deve-se analisar que parte do eleitorado evangélico é fã de Lula, logo, vota instantaneamente em Dilma, o que tornaria uma perda de tempo da parte dela tentar arrecadar votos desta parcela, quando poderia estar tentando angariar votos dos mais fiéis ao PSDB, ou dos anti-PTs, anti-lula. Serra, deveria estar tentando fazer o mesmo, convencer os eleitores do PT. Contudo, para o tucano, o bicho é mais pesado. Ele tem, de fato, que convencer os eleitores de Marina.
Para isso, acredito que ambos deveriam parar de trocar ofensas e lançar na mídia boatos sem comprovação, e buscar uma maior diferenciação nas propostas, afinal, creio que muitos dos eleitores de Marina estejam em dúvida em quem votar.
Onde o aborto entra nessa história? Em lugar nenhum. Não é para entrar. Se a questão é religiosa, deveriam logo dizer que o concorrente tem pacto com o Diabo, e que envia mensagens subliminares em suas propagandas eleitorais. O candidato que fizer isso ganha a eleição, de certo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Web. A sua vez de gritar

É engraçado como a mídia conseguiu fazer o povo criar piadas sobre o suposto assassinato de Eliza Samúdio pelo goleiro Bruno. Já escutei coisas como “Qual a diferença entre Ronaldinho e Bruno? O que não mata, engorda.”, ou então “Eliza previu sua morte no suposto filme pornô em que atuou. Em uma das cenas de sexo, ela dizia ‘me come cachorrão’”. Crueldade do povo brasileiro? Acho que não.
O que acredito que está havendo é um “bombardeamento” de informações pela mídia. Alguns veículos de comunicação adotaram a postura de que esse é o interesse da massa. Mas será que é mesmo? Ou o povo apenas aceitou o fato de que essa informação (o “Caso Bruno” é um exemplo, mas há muitos outros) é importante, já que os veículos “vomitam” notícias afirmando ser de interesse público.
Eu, estudante de Jornalismo, posso dizer que uma coisa é verdade: é pauta certa. Afinal, é bem mais prático “inventar” um desdobramento da matéria do dia anterior, do que procurar pautas diferentes.
Não tenho gostado do conteúdo das grandes empresas de comunicação. Não só da parte jornalística, mas da publicidade, do cinema e do radialismo. Recentemente vi um programa com um grupo de mulheres jovens, bonitas e sedutoras falando de sexo (mulheres feias não fazem sexo). Não critico o tema, ou o formato do programa, afinal, eu adoro o assunto (melhor que falar da vida dos outros). O problema, para mim, é como o tema é tratado: sexo como uma técnica. Quando vejo esse tipo de programa, fico pensando “oba, em breve teremos faculdade de sexo”. Imagino a grade curricular: Técnicas de Sedução I e II, Teoria do Sexo, Estudo da Anatomia Genital... Seria bem interessante, e para copular, só seria possível com diploma (ninguém mais precisa esconder que transou com analfabeto). Então, poderia ter um curso técnico de sexo.
Quem fosse tecnicista da área, só poderia praticar preliminares.
Esses são só alguns exemplos. Gosto de jornais impressos, mas a abordagem do conteúdo faz parecer que no Rio só há dois tipos de pessoas: empresários da Zona Sul, e “urubus” das favelas e do subúrbio (jornais só falam de carnificina). As rádios seguem um modelo intermediário ao da TV e do Jornal.
Felizmente (ou não), surgiu a internet, que compacta em um mesmo meio a telecomunicação e a radiodifusão. Agora, todos nós podemos produzir nossos conteúdos. Sim, as grandes empresas que detêm o monopólio da Comunicação Social usam e abusam da “nova” ferramenta, mas, da mesma forma, também podemos usar.
É a possibilidade fugirmos um pouco dos programas de comédia barata que passam na TV, que usam escatologia, humilhação de terceiros, e reafirmação de preconceitos e estereótipos. O YouTube é o suficiente para arrancar, em 10 segundos, boas gargalhadas, muitas vezes, com situações reais. É a possibilidade de participarmos também da produção de conteúdo e da difusão de informação. É a chance de sermos ouvidos, contar uma história não contada pelas grande empresas.
Podemos gritar e dizer o que queremos (o que deve ser feito de forma saudável). É a oportunidade de ler e ser lido, de ouvir e ser ouvido, e de ver e ser visto. É a sua vez. Nossa vez. Então, não vamos desperdiçá-la.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Poesia, de vez em quando, faz bem

Um poema de minha autoria.

Xis

Só sobrou um Xis
Tatuado no coração
Daquele dia tão feliz
Mas hoje estou na escuridão

Porre, bebida, cerveja
Exagero, Moleza
Naquele universo compacto
Você surgiu no ato
Muita areia pra mim
Será que você me quer assim?

Grajaú, shopping, cinema
Pipoca, guaraná
Terror, que vontade de te abraçar
No carro, um beijo
Era todo meu desejo
Depois, pizza e carinho
Isso marcou meu caminho

Táxi, carro, telefone
Táxi
Pude ver sua auréola
Mas foi um sonho?
Você não está lá fora
Você se desfez como areia
Sua falta me incendeia
Cadê você agora?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O drama que é ir a academia.

Para os que não me conhecem, eu não sou um fitness freak - aquelas pessoas insuportáveis que estão o tempo todo preocupadas em se exercitar, se exercitar, se exercitar, dieta, dieta, dieta... mas se esquecem de exercitar o cérebro e a boa educação. Não é o meu caso. Não que eu “super-exercite-meu-cérebro-todos-os-dias”, até porque, sou adepto do ócio, embora faça questão de ser educado (mas também faço questão de ser mal educado quando necessário). Enfim, como exercícios e boa alimentação fazem bem para saúde, logo resolvi me matricular em uma academia e escolher melhor o que eu como. É ÓBVIO que há aí uma graaaande carga de vaidade, afinal, eu adoro aparecer, minha Lua em Leão não me deixa mentir. A questão é que, onde faço musculação, por ser “O Anti-social”, não fico de papo com ninguém. Portanto, só me resta, além de fazer meus exercícios, prestar atenção na conversa dos outros (ah, geminianos...). Nestas observações, praticamente fiz um estudo antropológico do ambiente de academia. Por mais incrível que possa parecer, aprendi muito com os coleguinhas de lá.
1- “por favor”, “obrigado”, “bom dia” e expressões do gênero são proibidas. Quando você entra na sala de musculação, usar tais expressões é o mesmo que permanecer mudo. Logo, quando se têm o hábito de usá-las, é melhor não gastar sua saliva. Alguns outros freqüentadores podem, inclusive, lançar um olhar de repúdio a quem falar coisas do tipo. Não adianta você pensar “cara feia para mim é fome”, porque, os donos das caras feias definitivamente não devem estar com fome, pois são pessoas de 2 m de altura e 5 m de largura. Podem até ter chupado limão (talvez emagreça, ou dá músculos, sei lá) mas subnutrição... com certeza não é o caso.
2- O conteúdo das conversas entre os saradões é muito rico. Veja só: tamanho do bíceps, do tríceps, do tórax; suplementos alimentares, o corpo do “fulano” (uma pessoa que nunca está presente na conversa), carros e micaretas. Eu me sinto uma mula perto deles, já que não entendo bulhufas do que eles estão falando, e a situação piora quando falam “craro” e “ pra mim fazer”. Mas admiro a confiança na sexualidade deles, uma vez que eles sabem e comentam detalhes do corpo do outro cara que não está. Curiosamente, o assunto Big Brother também está em alta, com direito a análise do perfil psicológico dos participantes.
3- Estagiário ganha mal, mas faz trabalho de personal (rimou!). Eles só acompanham as gatinhas, como personal trainner mesmo. Antes que alguém diga “aaaaahn, tá com ciúme, é?” eu respondo: SIM. Afinal, pago o mesmo que todo mundo.
4- Apesar da obsessão pelo corpo, são poucos os fitness freak que fazem graduação em Educação Física. A maioria faz Direito ou Administração, em universidades pagou-passou.
5- Há uma hierarquia muscular. Quanto maior o seu bíceps, mais respeito você adquire lá dentro. Se vier acompanhado de uma altura acima de 1,80 m, mais, poder ainda. Isso significa que você pode dialogar com outro cara que está a 50m de distância de você, aos berros. Também quer dizer que, quando uma pessoa está usando um aparelho, você não pede para revezar, você, simplesmente, comunica que o fará.
6- E por falar de revezamento de aparelhos, tem também pessoas que utilizam de mensagem subliminar para se comunicar. Quando elas querem usar o seu equipamento, elas não pedem (nem comunicam, como os Poderosos Chefões). Elas simplesmente param exatamente ao seu lado, como uma estátua. Se você tem um tempo de descanso entre as repetições, a escultura fará expressão de quem vai te bater. Se demorar mais ainda, ela começa a emitir sons tipo “tsc”. O que me conforta é que, por maiores que elas sejam, estátuas não mordem. Ou sim...
Mas não posso ser injusto. Há pessoas muito bacanas em academia, tanto entre os clientes, como entre os professores e o resto da equipe. Alguns (quando falo “alguns”, neste caso, significa “minoria”) se dão ao trabalho de acompanhar minha série e, principalmente, responder ao meu “bom dia”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Blog pra quê?

Boa pergunta!

Para falar inutilidades.

Para expor nossa vida particular.

Para mostrar o quanto cult fingimos ser.

Para (tentar) se tornar uma celebridade instantaneamente.

Para contar piadas que, narradas pessoalmente, não teriam absolutamente graça nenhuma

Para compartilhar nossos próprios poemas psicodélicos, esquizofrênicos e narcóticos.

Para entrar no Big Brother Brasil.

Para falar de um assunto que a gente finge ou acha que entende.

Para viver virtualmente o que não podemos na vida real.

Para publicar aquela reportagem que ninguém vai ler.

Para brincar de pauteiro, produtor, repórter, diagramador, apresentador, colunista, editor e editor-chefe de um jornal.

Para divulgar um trabalho ou projeto que, na internet, vai ser totalmente esquecido.

Para filosofar coisas que, definitivamente, não precisam ser filosofadas.

Para dar aquela opinião sem ter que ouvir "ninguém te perguntou nada".

ADORO!

E você?
Tem (ou teria) um Blog pra quê?