sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Jogando a dois

Eu queria mesmo entender porque as relações humanas a dois têm que ser vividas como se fossem um jogo. Porque as pessoas simplesmente não facilitam o processo das relações dizendo o que querem, ou evitando atitudes que podem ser mal interpretadas. Será que é difícil entender que nem sempre estamos lidando com psicopatas, stalkers, ou mulher/homem objeto?



Sei que está cada dia mais difícil encontrar alguém para se ter uma relação. Quando somos pessoas ‘’seletivas’’, isso fica mais complicado ainda. Mas isso não quer dizer que precisamos armar estratégias de conquistas ou de deserção para poder ter aquela pessoa ou nos livrarmos dela. O outro é um ser humano também, não é uma máquina. Não é porque o outro se abriu que significa que ele é stalker. Não é porque cedeu as carícias que é uma pessoa fraca. Não é porque te procurou que esteja perdido de amor. Não viemos com chips programados, não é porque tivemos uma determinada atitude que estamos sentindo ou agindo em função de algo maior. 
Quando temos uma relação, precisamos partir do pressuposto que a pessoa que está ao seu lado está ali por vontade própria sim. Contudo, ela deve ser respeitada, pois ela abriu mão de algo (tempo) para lhe fazer companhia. Claro que ela também usufruiu disso, do nosso tempo, foi uma troca, mas uma transação realizada porque ela achou que valeria a pena, em algum sentido. Isso não quer dizer que ela esteja apaixonada ou que quer ‘’usar a sua grana’’.
Além disso, quando um não quer, dois não brigam. Às vezes, simplesmente não estamos afim de algo sério, ou acabamos nos envolvendo com uma pessoa que não exatamente o que esperamos. Mas isso não nos confere o direito de não darmos um mínimo de satisfações: avisar que não estamos interessados, explicar o que queremos de verdade, dar o direito aquela pessoa de saber o que está se passando, deixa-la investir em outra coisa. É normal que uma pessoa invista numa relação com outra que não quer nada. Cabe a esta última dar explicações, informando o que se passa. Principalmente quando são adotadas atitudes que podem ser interpretadas de forma errônea.
A relação a dois é muito saudável. É normal que uma das partes confunda as coisas, ou a outra queira apenas curtição. O problema é que nem sempre estamos lidando com pessoas de má fé, mas sim com um ser humano. Não existe isso de ‘’objeto’’. O outro não é uma coisa. Profissionais do sexo e acompanhantes estão aí para evitar que esse tipo de relacionamento aconteça.

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