Fiquei assustado ao perceber que não fui o único a passar maus momentos em 2013. Amigos e colegas, por razões diferentes das minhas, também querem se livrar logo deste ano. Mas será que não dá para extrair nada de positivo nesses 365 dias? Provavelmente sim, mas acredito que as desventuras em série acobertaram as poucas coisas boas. Porém, é nos momentos de transtornos que geralmente extraímos algum aprendizado dessa vida difícil. Dentre os meus 25 anos, este foi, com certeza, o que eu tirei mais lições de vida. Aproveito este post para compartilhá-las com vocês. Não, não estou aqui para escrever autoajuda, apenas quero compartilhar o que adquiri e ver se o leitor se identifica – ou não.
1. É preciso ser muito corajoso para não desistir de um objetivo. Mas é necessária coragem extrema para desistir. Às vezes temos que abandonar uma meta para que a vida possa continuar e tomar um rumo melhor.
2. Nunca trocar o certo pelo duvidoso. Isso eu já sabia. Contudo, ao ver-se em dúvida entre o certamente duvidoso e o possivelmente duvidoso, o melhor a se fazer é dar-se o benefício da possibilidade. O que é certamente duvidoso já tem o destino traçado: a dúvida. O possivelmente duvidoso pode ser que dê certo. Ou não.
3. Tempo é feito para ser usado. Não adianta esperar o próximo mês para fazer o que deve ser feito, ou esperar por um momento certo. Se há disponibilidade de horário, use-a antes que ela desapareça. Procrastinar atrasa a vida, em todos os sentidos.
4. O passado ficou para trás e não vai sair de lá. Remoer, guardar e carregar pesares é ineficaz. É claro que a lição fica, mas a angústia que vem acoplada deve ser esquecida. O passado não vai voltar, não é possível corrigir os erros lá cometidos. Remorso e rancor não servem para nada, só para gastar energia e espaço mental. Logo, é bom livrar-se deles o quanto antes. Mas já alerto: é difícil.
5. Às vezes, uma grande ajuda vem de onde menos esperamos. E quando esperamos um socorro de alguém, ele pode não vir. É por isso que parei de criar expectativas quanto às pessoas, uma vez que elas geram decepções. Quando não esperamos, temos surpresas. E eu prefiro me surpreender.
6. Doçura não é sinônimo de bondade. Aprendi a desconfiar dos excessos de boa vontade e de “fofura” (falta de uma palavra melhor que defina este jeito de ser). Conheci uma pessoa cheia de boas intenções que se esquivou quando eu precisei de um auxílio de verdade. Além disso, conheço gente que se aproveita da própria “fofura” para conseguir o que quer. “Estas pessoas estão erradas, Túlio?”. Lógico que não. Só não vão se aproveitar de mim.
7. Nunca deixe uma pessoa que tem consciência da própria beleza saber que você a acha bonita. Eu sei que beleza não põe mesa, mas há quem use os padrões estéticos para ter um comportamento pedante. Há muita gente bonita que parte do pressuposto que todos a desejam e, para evitar ter meu nome em boca de Matilde (como diz minha mãe), faço questão de não demonstrar qualquer apreço. Já vi muita gente terminar namoro ou ser difamada devido à “beleza alheia”.
8. A intuição erra. E acerta. Na dúvida entre evidências que não encontram elo entre si e a intuição, eu fico com esta.
9. Cuidado ao ser muito simpático com alguém. Você nunca sabe como essa atenção será interpretada pelo outro.
10. Pessoas muito boas (nos vários sentidos possíveis da expressão) se dão mal e as muito ruins (idem) se dão bem. E vice-versa. Não adianta tentar manter um padrão de comportamento para ser reconhecido e recompensado por algo. Pode funcionar ou não. A justiça, do jeito que compreendemos a palavra, nem sempre se concretiza.
11. Apareceu a inspiração, use-a imediatamente. Se não for possível desenvolver o insight no instante em que apareceu, crie pelo menos um esboço, se possível em papel ou em arquivo no computador. As ideias que surgem “do nada” são facilmente esquecidas, por isso é necessário registrá-las o quanto antes.
12. Tenha objetivos. Se não tiver, busque-os. Viver sem metas torna a nossa existência inútil a nós mesmos, mesmo que sejamos considerados bem-sucedidos.
E você? O que apreendeu em 2013?
Olha, eu discordo de algumas coisas, não por experiência aprendida este ano, mas ao longo dos meus 34. Não trocar o certo pelo duvidoso é a opção cautelosa, mas não é a opção das pessoas mais bem sucedidas: grandes sucessos exigem um desprendimento e uma ousadia maior, os pioneiros abrem caminhos e conquistam mais glórias. Também discordo que o passado vive e sempre viverá lá atrás: somos consequência direta desse passado. As escolhas do presente serão nosso passado e também determinarão seu futuro.
ResponderExcluirEsse ano aprendi que às vezes é preciso se afastar de tudo e todos e esperar que alguns façam a reaproximação: de longe, se enxerga melhor. Essa distância às vezes nos faz ver quem nos faz bem e quem nos é nocivo. Aprendi também que o diálogo pode ser o motivo de muita discussão, que aprender a ouvir e trocar idéias é que traz soluções. A última lição que aprendi foi que dedicação à alguém nunca é tempo perdido. A gente pode até não ter valorizado esse tempo, mas tempo vivido é aprendizado adquirido.